Meu querido, meu amor,

Juro que tentei fazer tudo ser leviano entre nós. 
Mas não daria certo, tanto que não deu.
Não poderia querê-lo somente como amante, não poderia querê-lo como um caso, não poderia querê-lo como um flerte. Não poderia procurar em você apenas diversão, não poderia passar o tempo, não poderia mentir, adiar ou fazer promessas invãs. Não poderia amá-lo e sair antes do sol entrar no quarto deixando meu cheiro no seu lençol e seu cheiro na minha roupa. Não poderia diminuí-lo com uma relação passageira, clandestina, de prazer egoísta.

Seria insultar sua inteireza.

Não poderia tratá-lo como uma aventura. Uma facilidade. Um conforto. Alguém que me espera sem esperar nada. Alguém que procuro para esquecer o que procuro.
Sua vida não é migalha. E minha vida não é sobra.
Ofereço tudo o que sou e me parece pouco para merecê-lo.
Você é o homem de todas as minhas vidas futuras.
Você é o homem de todas as minhas mortes passadas.
Tenho medo de penar, de chorar, de cair por terra, de ser magoada, de estar em suas mãos, tenho medo de sofrer por você, mas só se sofre pelo que é real.

Na verdade, meu medo era nunca conhecê-lo.

Tinha medo de não encontrá-lo. Tinha medo da inexistência do amor verdadeiro.

Tinha medo de que não passássemos das simples conversas, das raras ligações.
Tinha medo do conformismo, que aceitássemos menos do que o nosso amor poderia ser. 
Me encontrava tão conformada, fria, e descrente no amor, mas isso foi até você chegar.
Nem que eu sofra por você, assim mesmo eu terei a alegria de termos tido uma vida e um amor juntos.

Temos memórias de um futuro que ainda não vivemos para desafiar as superstições da minha alma incrédula.
Temos um ao outro para provar que o amor de verdade não correspondia a uma loucura solitária ou uma invenção da carência.
Quero amar você, não me importando com o que o futuro nos reserva, só crendo no que vivo e sinto hoje.
Crendo no meu amor por você.


Beijo da sua louca, desvairada, e amada Karola. 




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