Sabemos que o racismo é um mal enraizado no pensamento de pessoas que simplesmente ignoram a condição igualitária de seus irmãos. E a maioria de nós, negras, mulatas ou 'pardas' como preferem nos intitular, já passamos de alguma forma por momentos em que a cor da nossa pele foi motivo de olhares desconfiados ou de cunho sexual, sabemos que a divisão começa na cor da nossa pele. Mas e se todos fossemos daltônicos (pessoas não conseguem diferenciar cores)? Ou então, e se a cor da nossa pele mudasse ao longo da vida? Essa experiência é possível e real. 
Apresento a vocês uma linda gata malhada, negra por nascença, branca devido à uma doença, Chantelle Brown-Young, conhecida no como Winnie Harlow, é uma modelo canadense de 19 anos  nasceu com vitiligo.
 Aos quatro anos de idade, a modelo foi diagnosticada com vitiligo, uma doença que provoca a morte das células responsáveis pela pigmentação da pele. A partir daí, a luta diária contra o bullying na vida de Winnie começou.  "À medida que fui crescendo foi ficando mais complicado. Quanto mais velhas são as crianças, mais cruéis se tornam com o que lhes é diferente. Sofri muito quando me chamavam de zebra, vaca e pinguim",comentou em uma entrevista.
Mais tarde a modelo chegou a tentar suicídio ainda na adolescência. Deslocada Winnie não conseguia se encaixar no grupinho das negras por ser levemente esbranquiçada e não se encaixava no grupo das brancas por ser meio amarronzada. Foi necessário anos de enfrentamento com o espelho para que enfim ela se aceitasse e enxergasse em si uma beleza incomparável. Então a gata decidiu não só abraçar sua condição como mostrar ao mundo que existe algo muito além da cor da pele, e que isso é apenas um detalhe para dar cor à humanidade. Hoje Winnie é a candidata mais popular - e querida - da nova temporada do programa “America’s Next Top Model” e se define como a “modelo porta-voz do vitiligo”. No Instagram dela, @Winnieharlow, podemos ver o quanto ela é única e sua beleza é estonteante, tornando-a um diamante único para o mundo da moda.
 As pessoas precisam entender que não existe nada de diferente em relação a nós [pessoas com vitiligo]. Tem gente que têm a pele negra e tem gente que tem a pele branca. Eu simplesmente tenho as duas
[PS: Meninas não encontrei um vídeo com legenda, sorry :( mas vale a pena assistir e ver o quanto ela é realmente linda e radiante conseguindo falar sobre o assunto sem receio algum, esbanjando auto estima e atitude!]

Winnie não é a primeira nem a última negra a passar por essa situação inusitada que é o vitiligo, imagino que seja como que se você usasse uma 'roupa' que os outros abominam, e de repente acorda com uma 'roupa' mais aceitável aos olhos alheios, mas ai começa à passar por um outro tipo de preconceito, agora por você ser completamente diferente do comum.



Acredito que o negro mais famoso e que graças a doença se tornou inesquecível tenha sido Michael Jackson. Michael nasceu negro, filho de pais negros, e graças ao vitiligo se viu perdido e em crise de identidade, e como sabemos, desencadeou uma busca incessante por auto afirmação física ao ponto de se perder totalmente de quem ele realmente era. Acredito piamente que se a aceitação do público fosse melhor, Michael nunca teria se auto mutilado tanto em busca de ser apenas um branco, ou negro. O que a indústria e o preconceito do mundo fez com ele foi uma violência maior do que escravizá-lo, fizeram que ele mesmo abdicasse da rua raça cada vez mais, até o ponto de se esquecer e fazer os outros esquecerem que um dia ele foi negro. Ele poderia simplesmente ter sido os dois, e não deveria existir problemas quanto a isso.
Aqui no Brasil temos o Rappin Hood, rapper, ativista, compositor que sofre de vitiligo, o que aliás, lhe deu uma marca que tornou seus olhos inconfundíveis. Rappin Hood é negro e mesmo que um dia toda sua pele fique branca, tenho certeza que a luta e a resistência se manterá viva, o racismo ultrapassa as cores de nossa pele, ele define o que é nariz de preto, lábios de preto, bunda de preta e cabelo de preto. 
É preciso enfim entender que somos humanos, cada um provido de características próprias, as vezes se dividindo em grupos, outras, em cores mas nunca em espécies diferentes. Somos o que somos por baixo da pele, e segregar pela mesma é burrice, pois um dia ou outro, de repente, você pode acordar com uma 'roupa' diferente!





















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