Dificilmente eu escrevo sobre você.
Talvez por medo de molhar as palavras, ou de embargar a voz...tenho medo das reações que você me causa. 
Você acorda em mim um poeta desconhecido, procuro palavras bonitas que descrevam você...mas nunca conseguem cumprir o dever destinado a elas, pobres e singelas expressam o que eu sentiria por qualquer outro homem...menos o que sinto por você.
Meus dias se arrastam sem você, mais sinto que a distância corre, voa, te levando cada vez pra mais longe de mim. Você mora perto, eu sei, coisa de minutos, mais e a distância da alma, dos olhares entendedores que agora se perderam? Essa distância eu sou incapaz de suportar.
Tudo de mim pra você parece tão pouco e pequeno, como a muralha da China vista da lua. 
E todos os meus versos são pra você sempre...mesmo querendo escrever sobre o mundo, escreveria sobre meu mundo com você, tudo pra você é tão exagerado, tudo é tão intenso quando se fala desse amor.
Ah amor, será mesmo amor? Ou seria isso um vício obsessivo, uma auto mutilação ao meu coração?
Gostar de quem apenas diz gostar de mim? Ir contra as ventanias da vida pra encontrar a paz em você?
É como se eu estivesse enfrentando uma  tempestade de granizo e você dentro da casa seguro, quentinho, me olhando da janela e esperando que eu chegue pra te amar...mas porque não vem enfrentar isso comigo?
Porque? Porque você é fraco demais para o amor. Porque o seu amor se limita a comodidade, a racionalidade, e a necessidade. Você me propôs um amor de século XXI, cheio de interesses, com alma pintada de orgulho e rosto de amor eterno, você me cedeu um amor de música sertaneja...eu me vi em um amor de Roberto Carlos, eu achei que seria eterno, eu te cedi minha vida, você me cedeu uma fase da sua.
Se fomos feitos um para o outro, porque você é só metade meu, e eu inteira sua?
Você me diz que amor é pra sentir e não pra questionar, mas não posso mais sentir isso, me parece injusto sofrer por um amor que é enorme em mim, e tão invisível em você!

Karol Lombardi



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